Potências e limites da Psico-Oncologia na intervenção hospitalar: reflexões críticas
Resumo
O presente artigo propõe reflexões sobre os limites e as potências da intervenção psicológica em um setor de internação sob a perspectiva da experiência de estágio supervisionado obrigatório. A formação em psicologia clínica hospitalar e em intervenções em saúde costuma basear-se no setting terapêutico ideal com técnicas e recursos teóricos metodológicos voltados à circunstâncias relativamente estáveis e previsíveis, incompatíveis com a realidade hospitalar, sua dinâmica de funcionamento, atravessamentos multiprofissionais e desafios espaço-temporais. A presente reflexão apresenta como exemplos os aprendizados e vivências oportunizados em um hospital especializado em câncer para a formação prática em estágio da autora, principalmente quanto a três conhecimentos: 1) a postura e atitude do profissional da psicologia no ambiente hospitalar, 2) os limites de sua intervenção e 3) as potencialidades da psico-oncologia. Por fim, identifica-se a postura ativa do psico-oncologista na mediação das interações, na promoção de intervenções também psicoprofiláticas, considerando a comunicação como grande potencializadora do melhor enfrentamento da doença.