Transtorno Dissociativo de Identidade: um mecanismo de proteção complexo
Resumo
Este documento se propõe a caracterizar e refletir sobre o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI), realizando uma revisão histórica, biológica e social desta doença categorizada no DSM-V. Isto foi realizado através de um resgate histórico, de análise neuroanatômica do transtorno e da reunião de relatos de indivíduos com TDI encontrados na literatura e em redes sociais. O TDI, anteriormente chamado de Transtorno de Personalidades Múltiplas, é um tipo de transtorno dissociativo caracterizado por dois ou mais estados de identidades que se alternam. Além da ruptura na identidade, indivíduos com TDI experimentam amnésias dissociativas e episódios de despersonalização e desrealização persistentes e recorrentes. Várias regiões cerebrais foram implicadas na fisiopatologia do transtorno, incluindo o córtex orbitofrontal, o hipocampo e a amígdala. A história do TDI é marcada por controvérsias e discordâncias científicas no que diz respeito à origem e aos critérios diagnósticos. Entretanto, a literatura atual mostra que há evidências biológicas e sociais que fortalecem esse transtorno dissociativo, sendo associado a traumas na infância. É ainda um transtorno que necessita de maior discussão e aprofundamento teórico, dada a complexidade tanto do transtorno quanto da subjetividade e comportamento humanos.