Medicalização da infância: zelo ou mercadoria?

  • Nicolas Bonelli Lima
Palavras-chave: neurociências, psicopatologia infantil, medicalização, biopoder, neurocultura, neurocapitalismo.

Resumo

Resumo: Esse ensaio discorre sobre a intensificação dos processos de medicalização na infância, observados na incorporação de leis as quais legitimam tal prática no âmbito nacional e no município de Florianópolis. A medicalização infantil é um reflexo de uma cultura intimamente associada a concepções biologicistas de ‘ser humano’, cristalizada no conceito ‘neurocultura’. Ademais, está intimamente ligada ao controle social inerente aos Estados Modernos, nos conceitos de ‘biopoder’ e biopolítica, de forma que a vida privada se tornou objeto do controle público. Nesse sentido, observou-se nos últimos anos um forte encorajamento à racionalidade médica por meio do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), o qual substancializa legislações de avaliação compulsória aos ‘transtornos infantis’. Desse modo, a legislação brasileira suporta de forma progressiva a manipulação de medicamentos para infantes, de forma que o presente texto visa analisar tal problemática, de modo a questionar os impactos no campo epistemológico da psicologia.

Publicado
2020-11-11
Como Citar
Bonelli Lima, N. (2020). Medicalização da infância: zelo ou mercadoria?. Psicopatologia crítica: Perspectivas Do Sofrimento Existencial, 1(1). Recuperado de https://koan.emnuvens.com.br/psicopato/article/view/32
Seção
Artigos