Subjetividade brasileira pós-colonial

de que condomínio nosso sofrimento faz parte?

  • Mirna Victória Unkelbach Werner Universidade Federal de Santa Catarina
Palavras-chave: Pós-colonialidade, Psicopatologia social, Segregação, Território

Resumo

O presente estudo teve como objetivo refletir as heranças da história colonial do Brasil e sua influência na forma de sofrimento de seu povo. As relações de mando e obediência se mostram presentes, atualizando a tradição escravista ainda insuperada. A trabalhadora doméstica ocupa a posição de trabalho análoga à escravidão, apesar de recentes avanços na legislação trabalhista destas. A oposição entre as classes é mediada pelo medo da violência, arraigada na subjetividade da classe média como justificativa da autossegregação e privatização do espaço público, representado no crescimento dos condomínios fechados. Tais condomínios revelam uma tonalidade higienista que enfraquece a democracia porque atualiza a Casa Grande. Percebe-se que a subjetivação de ambas as posições sociais na dialética Casa Grande e Senzala apresenta sofrimentos específicos baseados em privatização e subordinação, respectivamente. Dessa forma, se apresenta a necessidade de aproximação a uma psicopatologia fundamentada socialmente, que reflita uma saúde mental em indissociabilidade com as relações históricas, sociais e políticas que a atravessam, a fim de compreender mais integralmente a subjetivação no Brasil e como isso afeta o sofrimento existencial.

Publicado
2020-11-11
Como Citar
Unkelbach Werner, M. V. (2020). Subjetividade brasileira pós-colonial: de que condomínio nosso sofrimento faz parte?. Psicopatologia crítica: Perspectivas Do Sofrimento Existencial, 1(1). Recuperado de https://koan.emnuvens.com.br/psicopato/article/view/29
Seção
Artigos